O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, alertou hoje sobre a diferença entre a realidade da imigração e as narrativas que são construídas sobre ela.
Em resposta a uma pergunta sobre a proposta do CHEGA de um referendo sobre imigração, Marcelo afirmou que acredita “ser fundamental, ao falar sobre imigração, em um país como o nosso, que sempre foi um país de emigrantes, saber sobre o que estamos falando”.
Ele estava respondendo a uma pergunta de um estudante na Universidade de Verão do PSD, que acontece em Castelo de Vide, Portalegre.
Em sua resposta, Marcelo detalhou os números da imigração em Portugal concluindo que “ter esses números em mente é ter em mente a diferença entre a realidade e os discursos ou narrativas”.
A pergunta fazia referência à análise de Marcelo sobre a proposta do CHEGA – e qual o enquadramento constitucional que um referendo poderia ter.
Marcelo começou explicando que o país tem cerca de um milhão de imigrantes “de uma população residente em nosso território de quase onze milhões”.
“Desses um milhão, quantos compõem a comunidade brasileira e luso-brasileira? Talvez mais de 300.000, crescendo rapidamente e provavelmente serão mais de 400.000 até 2026 ou 2027.”
Dos brasileiros, o presidente passou para os ucranianos, dizendo que há “70.000 ou algo parecido” em Portugal, incluindo antigos imigrantes e vítimas de guerra, que juntos representam quase 40% do total.
“Vamos adicionar comunidades que também são antigas e sólidas – da Grã-Bretanha, Cabo Verde, Angola e Índia. Teremos perto de 200.000. E isso é quase 60% do total…”
Marcelo identificou “outros grupos europeus clássicos – com italianos e franceses no topo”, que representam quase “dois terços do total”.
Com imigrantes dos países africanos de língua portuguesa de um lado e aqueles “das Américas” do outro, chegamos a cerca de 70%.
“Não podemos esquecer as chegadas recentes da Ásia – como Nepal e Bangladesh – e estaremos nos aproximando do total”, acrescentou.
Marcelo continuou dizendo que a maioria das comunidades é cristã, “de várias fé e igrejas”.
“Qual peso têm os muçulmanos, incluindo os Ismailis? Provavelmente menos de 10%”, disse ele.
A imigração tem sido uma questão importante na agenda política do líder do CHEGA, André Ventura, que anunciou uma manifestação para o dia 21 de setembro contra o que ele considera ser “imigração descontrolada e insegurança nas ruas”.
Desde então, o governo descartou qualquer tipo de referendo, e vários setores da economia (construção/agricultura) enfatizaram que não poderiam operar de forma sustentável sem imigrantes.
Perguntas frequentes sobre imigração em Portugal:
1. Qual é a posição do presidente Marcelo Rebelo de Sousa sobre a imigração em Portugal?
– Marcelo Rebelo de Sousa destacou a diferença entre a realidade da imigração e as narrativas construídas sobre ela, enfatizando a importância de conhecer os números e fatos antes de discutir o tema.
2. Qual é a proposta do partido político CHEGA em relação à imigração?
– O CHEGA propôs a realização de um referendo sobre imigração em Portugal.
3. Quantos imigrantes vivem atualmente em Portugal?
– Portugal tem cerca de um milhão de imigrantes, de uma população residente de quase onze milhões.
4. Quais são as principais comunidades de imigrantes em Portugal?
– A comunidade brasileira e luso-brasileira é uma das maiores, com mais de 300.000 indivíduos, podendo chegar a mais de 400.000 até 2026 ou 2027. Outras comunidades significativas incluem ucranianos, britânicos, cabo-verdianos, angolanos, indianos, italianos, franceses, entre outros.
5. Qual é a religião predominante entre os imigrantes em Portugal?
– A maioria das comunidades de imigrantes em Portugal é cristã, com diferentes crenças e denominações. Os muçulmanos, incluindo os Ismailis, representam provavelmente menos de 10% da população imigrante.
6. Qual é a posição do governo em relação ao referendo proposto pelo CHEGA?
– O governo descartou a possibilidade de realizar um referendo sobre imigração.
Links relacionados sugeridos:
– Portal da Imigração
– Serviços de Estrangeiros e Fronteiras
– Alto Comissariado para as Migrações