Pesquisadores da Universidade de Lisboa e da Academia Militar divulgaram um estudo sobre a viabilidade da agrivoltaica em Portugal. Eles descobriram que o uso de fileiras espaçadas de módulos fotovoltaicos combinados com culturas que toleram sombreamento apresentou o retorno mais promissor, com um tempo de retorno do investimento de menos de cinco anos.
O estudo teve como objetivo abordar a necessidade de garantir tanto a segurança energética quanto a segurança alimentar para a população mundial. O grupo de pesquisa destacou que Portugal possui características climáticas favoráveis para a produção de energia solar e cerca de 12% do território nacional é designado como RAN (Reserva Agrícola Nacional), com o único propósito de ser utilizado para agricultura.
Com base nas metas estabelecidas no Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC), Portugal planeja alcançar cerca de 8 GW de energia solar, o que representa aproximadamente quatro vezes a capacidade atual. Isso significa que será necessário investimento e disponibilidade de terras para atingir esse objetivo. Os pesquisadores apontaram o potencial de instalar parques solares fotovoltaicos em territórios RAN.
Segundo o estudo, os sistemas agrivoltaicos podem ter um tempo de retorno do investimento de até cinco anos ou menos, além de gerar mais valor do que sistemas fotovoltaicos convencionais ou apenas produção agrícola. Os pesquisadores também compararam dois tipos de arranjos: um com painéis elevados e outro com fileiras espaçadas de painéis. Os resultados mostraram que a solução com fileiras espaçadas tem um potencial ligeiramente maior do que os painéis elevados.
Ao analisar diferentes cenários, incluindo a venda direta da energia no mercado, os pesquisadores determinaram o período de retorno do investimento. Para isso, foram considerados vários parâmetros, como investimento inicial, custos operacionais e de manutenção, além do preço de venda de energia.
O estudo também avaliou as culturas que poderiam ser utilizadas nos sistemas agrivoltaicos. Foi escolhida a alface, uma cultura adequada à sombra projetada pelos módulos elevados. Além disso, tomate e batata foram considerados, embora sejam um pouco menos tolerantes ao sombreamento.
Os resultados indicaram que os projetos propostos possuem um custo nivelado de energia (LCOE) abaixo do preço da energia no mercado ibérico, com tempo de retorno do investimento de cerca de 4-5 anos.
Os pesquisadores destacaram que esses projetos não apenas aumentam a produção de energia sustentável e reduzem o consumo de fontes não renováveis, mas também diminuem a emissão de CO2 para a atmosfera. Além disso, caso a instalação seja projetada para exceder o consumo próprio, pode fornecer energia para comunidades próximas e aumentar também a produção de alimentos, o que é uma preocupação para o futuro.
Essas descobertas são essenciais para impulsionar o desenvolvimento da agrivoltaica em Portugal, contribuindo tanto para a transição energética quanto para a segurança alimentar. O estudo completo, intitulado “Agri-PV in Portugal: How to combine agriculture and photovoltaic production”, está disponível na revista Energy for Sustainable Development.
Seção de Perguntas Frequentes (FAQ) com base nos principais tópicos e informações apresentadas no artigo:
1. O que é agrivoltaica?
A agrivoltaica é uma forma de produção de energia solar que combina painéis fotovoltaicos com culturas agrícolas, permitindo o aproveitamento do espaço para a geração de eletricidade e de alimentos.
2. Qual foi o objetivo do estudo?
O objetivo do estudo foi analisar a viabilidade da agrivoltaica em Portugal, buscando garantir tanto a segurança energética quanto a segurança alimentar para a população mundial.
3. Quais foram as conclusões do estudo?
Os pesquisadores descobriram que o uso de fileiras espaçadas de módulos fotovoltaicos combinados com culturas que toleram sombreamento apresentou o retorno mais promissor, com um tempo de retorno do investimento de menos de cinco anos.
4. Qual é o potencial de instalar parques solares fotovoltaicos em territórios RAN?
Os pesquisadores apontaram o potencial de instalar parques solares fotovoltaicos em territórios RAN, que correspondem a cerca de 12% do território nacional em Portugal.
5. Quais são as culturas adequadas para sistemas agrivoltaicos?
No estudo, foi escolhida a alface como uma cultura adequada à sombra projetada pelos módulos fotovoltaicos elevados. Além disso, tomate e batata também foram considerados, embora sejam um pouco menos tolerantes ao sombreamento.
6. Quais são os benefícios da agrivoltaica?
Além de aumentar a produção de energia sustentável e reduzir o consumo de fontes não renováveis, a agrivoltaica também diminui a emissão de CO2 para a atmosfera. Além disso, os projetos podem fornecer energia para comunidades próximas e aumentar a produção de alimentos.
Links relacionados sugeridos:
– Universidade Aberta
– Exército Português
– Ministério da Agricultura
– Ministério da Energia