Enquanto eu dirigia pela estrada vazia, uma cidade no topo da colina surgiu no horizonte, seu brilho branco como a neve se destacando contra um céu azul pintado à moda de um azulejo português. Localizada em um canto ao norte da região Alentejo, Estremoz está a apenas 90 minutos de carro do aeroporto de Lisboa, mas continua presa na lenta estrada turística, adormecida em um sono que lembra a Portugal rural de tempos mais lentos.
Embora possa não ter a beleza deslumbrante de cidades mais conhecidas do Alentejo, como Évora e Monsaraz, Estremoz guarda dois trunfos importantes. O primeiro é o mercado de comida e antiguidades aos sábados, indiscutivelmente o melhor da região. O segundo é o famoso mármore branco retirado das pedreiras locais, que confere um brilho especial às igrejas da cidade antiga e um glamour às fachadas de suas casas aristocráticas.
Como destino, Estremoz está ganhando destaque, principalmente graças à chef brasileira Michele Marques, cujos dois excelentes restaurantes confirmaram sua reputação como uma força a ser reconhecida na nova cozinha alentejana. Durante um jantar em uma sexta-feira à noite no Mercearia Gadanha, uma antiga mercearia transformada em loja de vinhos, delicatessen e sala de jantar, Marques me serviu croquetes de pato e porco preto grelhado com farinha de rosmaninho. Ela ficou ao meu lado e me contou sobre sua jornada serendipitosa de Petrópolis até esta pequena cidade portuguesa e seu caso de amor com os alimentos e vinhos da região. Nos 10 anos desde a abertura da Mercearia, alguns pratos da chef, como sua sobremesa de maçã verde e hortelã-pimenta, se tornaram clássicos modernos alentejanos.
No entanto, Marques logo começou a trabalhar em outro projeto: a Casa do Gadanha, um restaurante com quartos de estilo rústico-minimalista com um menu contemporâneo. Cheguei cedo em um sábado, dia de mercado em Estremoz, quando a cidade desperta de sua rotina habitual para receber multidões de compradores locais na ampla praça do Rossio. Percorri as barracas em um estado de animação comercial, ponderando o tempo todo como poderia encaixar no porta-malas do meu Nissan Qashqai aquele aparador dos anos 1950, aquela ânfora de barro de boca larga. Eu pude entender o ponto de vista de Marques sobre a excelência dos produtos do Alentejo: na minha sacola de tecido, coloquei pedaços de queijo fresco de ovelha, linguiças curadas de porco preto, azeitonas verdes crocantes e uma caixa de doces de amêndoa açucarados – ingredientes para o pic-nic que eu já estava planejando em um prado ensolarado a poucas milhas da cidade.
Embora talvez não seja um lugar com todos os luxos para uma estadia prolongada, Estremoz oferece o suficiente para uma escapada de fim de semana tranquila. Há uma série de museus, perfeitos para um passeio matinal, sendo o melhor deles a enorme coleção de azulejos do Palácio Tocha. Nas minhas caminhadas pela cidade, diverti-me observando o mármore local em formas cada vez mais surpreendentes, de bancos a banheiras, pias a escadas, xícaras a paralelepípedos. Um prazer em particular foi explorar as lojas de brechó de Estremoz – entre elas a Casbablanca, um local pequeno e charmoso onde a especialista em design de interiores francesa Aurèle Lefaucheux misturava peças de artesanato alentejano com móveis vintage de meados do século e tapetes marroquinos.
No domingo de manhã, atravessei as muralhas nos becos da cidade alta fortificada, onde laranjeiras se estendiam sobre paredes caiadas, seus galhos carregados de frutas maduras. De vez em quando, um carro passava pela calçada ondulante. Em um terreno baldio dentro das muralhas do castelo, um burro relinchou. Do topo da torre medieval que coroa a cidade, construída, é claro, inteiramente em mármore branco brilhante, admirei uma paisagem urbana modesta que se estendia até uma suave paisagem de oliveiras e vinhedos.
Tarde da noite, pela janela do banheiro da Casa do Gadanha, fui presenteado com outra visão beatífica: a cidadela onde eu havia ficado e contemplado aquela manhã, brilhando à luz do luar com um estranho neon.
Perguntas frequentes:
1. Onde está localizada Estremoz?
2. Quais são os principais atrativos de Estremoz?
3. Quais são os restaurantes reconhecidos do chef Michele Marques?
4. O que é o mercado de comida e antiguidades em Estremoz?
5. Quais são os produtos típicos da região Alentejo que podem ser encontrados em Estremoz?
6. Quais são os pontos turísticos de Estremoz?
7. O que é a Casa do Gadanha?
Termos chave:
1. Alentejo: Região localizada no sul de Portugal conhecida por sua paisagem rural e rica gastronomia.
2. Azulejo: Tipo de azulejo tradicional português, geralmente decorado com padrões coloridos.
3. Mármore: Tipo de pedra natural utilizado na arquitetura e construção civil.
4. Mercearia: Estabelecimento que vende uma variedade de alimentos e produtos.
5. Delicatessen: Loja que vende alimentos finos e especiais.
Links relacionados:
– visitportugal.com
– turismodoalentejo.com
– estremoz.pt